21 de julho de 2010

Falhas na comunicação em projetos


"De um dia para o outro fulano deixou de falar comigo. Cumprimentei-o e nada. O mais estranho é que não houve nenhuma briga ou rusga sequer entre nós. Bom, ele deve estar louco! Quer saber? Não preciso dele! Vou responder com o mesmo veneno!".

Esses problemas na comunicação ocorrem no cotidiano das relações sociais. Imaginem em um ambiente conturbado e com pressão de um projeto, onde existem divergências, discussões, convivência com equipe interna, contato com clientes, cobrança por resultados. Enfim, no complexo mundo dos projetos já existem fatores suficientes para complicar. Não precisaríamos de uma comunicação errática para temperar essa mistura que tende ao caos.

As falhas na comunicação, de acordo com pesquisa do PMI, são causas de 76% dos fracassos em projetos. Tomei a liberdade de listar algumas das causas mais comuns para a ineficácia nas comunicações:
  • Omissão: segurar a informação, entregá-la em aos poucos ou repassá-las incompletas é uma das principais causas de fracasso na comunicação. A comunicação de atraso no cronograma, divulgada no dia da entrega esperada, é uma clássica forma de omissão. A autonomia restrita de um Gerente de Projetos é outro problema. Quando ele necessita de aprovações constantes do seu superior para realizar as comunicações apropriadas, as informações atrasam para serem repassadas; os destinatários por vezes param a espera da informação. Conclusão: atraso no projeto.
  • Ruído: seja claro e não deixe dúvidas. Evite que o interlocutor crie suposições sobre o que você está falando. Por vezes problemas na definição do que é escopo e o que não é escopo são provocados por ruídos na comunicação. 
  • Destinatários: quem deve receber as informações sobre um determinado projeto? Ouvi histórias sobre um projeto onde todos na empresa tinham acesso ao seu andamento. Status Report, relatórios e gráficos ficavam expostos pelos corredores. O Gerente de Projetos notou que a responsável pelo café baseava suas ações nos indicadores de andamento. Assim que via uma queda na produtividade em vermelho no gráfico, adentrava a área de desenvolvimento com café fresco. Defina quais são os envolvidos para cada projeto. Isso dará subsídio para o próximo item
  • Canal de comunicação: esse é um erro muito comum. Diferentes profissionais, em diferentes posições na hierarquia, preferem maneiras diferentes de receber as informações. De nada adianta enviar longos e-mails para um Diretor. Da mesma forma que uma reunião informal de briefing para o dono do produto não é uma forma eficaz de comunicação. Profissionais de altos cargos preferem informações curtas, em rápidas reuniões. Outros destinatários preferem receber grandes conteúdos de informações por e-mail. O Gerente de Projetos deve estar atento a isso. 
  • Linguagem: evite a qualquer custo gírias e termos regionais (principalmente se sua empresa tenha clientes de outras regiões ou países). Meça a necessidade do uso de linguajar técnico. Seus clientes, na grande maioria das vezes, não querem saber se o servidor de aplicação Java será JBoss ou WebSphere. Para o cliente o que importa é o custo dessa decisão. Por outro lado, para sua equipe de desenvolvimento são termos essenciais.
Sugiro o desenvolvimento de um bom Plano de Comunicação, pois poderá resolver boa parte desses problemas.

Abraços.

13 de julho de 2010

Mapa Mental ITIL V3

Conforme prometido no último post, Curso e Certificação ITIL, disponibilizo um mapa mental sobre o ITIL V3 Foundation.

Tenho o hábito de construir os mapas mentais para me ajudar a definir processos ou mesmo clarear as ideias. Ajuda bastante!

Assim, deixo dois formatos para o download:

FreeMind - baixar o arquivo (54Kb), baixar o FreeMind

Abraço.

7 de julho de 2010

Curso e Certificação ITIL


Recentemente fiz o curso e a certificação em ITIL V3 Foundation - Information Technology Infrastructure Library, que consiste em um conjunto de boas práticas para a provisão dos serviços de TI.

Um dos quesitos que me chamou atenção para o ITIL foi a constante preocupação com o negócio. Todos os processos ITIL tem alinhamento cuidadoso em relação aos interesses do cliente, ao que traz maior retorno.

É um novo paradigma para TI, que geralmente é considerada como custo, com retorno errático dos investimentos e consequente insatisfação dos clientes. Ainda é muito normal assistir a rivalidades entre negócio e TI, onde o empurra-empurra dos projetos não pode explodir nas mãos de nenhum dos lados.

Isso existe. E uma das propostas do ITIL é exatamente o contrário - gradativamente unir forças entre a TI - cada vez mais imprescindível, e o negócio - da onde nasce grande parte dos projetos de uma empresa.

Mas essa boa prática não se resume em atender os clientes com qualidade. O ITIL vai muito além disso. Baseado em um ciclo de vida simples e funcional, esse modelo de provisão à serviços tem entre outros objetivos prover valor aos serviços enquanto balanceia e saneia os riscos, estes alinhados com o retorno.

O ciclo de vida ITIL possui as seguintes fases:


  • Estratégia de Serviço: Orientações para desenhar, desenvolver e implementar o Gerenciamento de Serviços;
  • Desenho de Serviço: Orientações para desenhar e desenvolver serviços e os processos de Gerenciamento de Serviços;
  • Transição de Serviço: Interface entre o Desenho do Serviço e a Operação de Serviço;
  • Operação de Serviço: Orientações para trazer ao dia-a-dia maior eficiência e eficácia na entrega dos serviços;
  • Melhoria de Serviço Continuada: Identificar e melhorar os serviços de TI, bem como manter alinhados com as mudanças do negócio.
A Certificação

Foram três dias de curso bastante interessantes, temperados por situações práticas comentadas pelo instrutor Giovanni Pengue. Ao final do terceiro dia, foi aplicada a prova de certificação.

A prova de certificação tem 40 perguntas de múltipla escolha, que devem ser respondidas em 60 minutos. Passa aquele que acertar 65% da prova, ou seja, 26 questões.

Como o ITIL tem muitos processos e conceitos, que por vezes causam confusão caso o candidato não tenha se preparado para a prova adequadamente. Estudei algumas semanas antes do curso por apostilas que consegui na Internet. Durante o curso, para aqueles que tem interesse em fazê-lo, a sugestão é fazer uma leitura de fixação após cada conteúdo de um dia. Com esse modelo de estudo, meu resultado na prova do EXIN foi de 39 acertos, cerca de 98% da prova, em aproximadamente 20 minutos de exame.

Ao final do exame, você recebe um relatório apontando seu desempenho, clique aqui para visualizar.

A prova do ITIL Foundation não exige que o candidato tenha participado de um curso oficial, portanto, se você desejar seguir um caminho solo, é possível. Na PROMETRIC, por exemplo, você pode comprar a prova e realizá-la em centros espalhados por todo o país. A EXIN também certifica profissionais ITIL, no entanto, atualmente não possui escritório no Brasil. A ISEB e a Person VUE são outras duas instituições autorizadas para promover as certificações ITIL.

Quaisquer dúvidas sobre o conteúdo, o curso ou a certificação me coloco à disposição.


Fique atento porque em breve postarei o mapa mental do ITIL V3 Foundation e conceitos em maiores detalhes. Até lá!

Abraços.

Referências
COPUTERWORLD. TI busca saídas para atender às exigências dos negócios. Disponível na internet em: http://computerworld.uol.com.br/gestao/2010/07/01/ti-busca-saidas-para-atender-as-exigencias-dos-negocios/. Acessado: 2010.
EXIN. Disponível na internet em: http://www.exin-exams.com. Acessado: 2010.
ISEB. Disponível na internet em: http://www.bcs.org. Acessado: 2010.
PROMETRIC. Disponível na internet em: http://www.prometric.com. Acessado: 2010.
VUE. Disponível na internet em: http://www.vue.com. Acessado: 2010.
Imagem: Ciclo de Vida ITIL V3. Disponível na internet em: http://www.overti.es/procesos-itsm/.
Acessado: 2010.

4 de julho de 2010

Desenvolvimento pessoal x Interesses organizacionais


Quantas vezes você comentou entusiasmado que iria participar de um determinado curso, ou iniciar uma pós graduação, fazer uma certificação, e recebe como resposta: Para que? Por que fazer se você não vai conseguir colocar em prática? Para que gastar esse dinheiro?

Começo com uma resposta clichê, que diz: "uma das poucas coisas que ninguém pode tirar de você é o conhecimento adquirido". Mesmo sendo velha, a resposta vale um ponto para você.

Pouquíssimas empresas investem adequadamente no desenvolvimento de seus profissionais. Recentemente participei de um curso onde o instrutor comentou que as empresas investem na preparação de cada colaborador cerca de 80 horas anuais. Ou seja, treinamos 10 dias para executar durante os outros 260 dias do ano, aproximadamente. Por outro lado, já que estamos em época de copa, vamos pegar o exemplo de um atleta que joga na Europa. Lá o time joga uma vez por semana, enquanto treina os outros dias da semana.

Sentiu a diferença? Estou sendo simplista nos cálculos, mas notem que o Kaká treina 4 ou 5 dias por semana para trabalhar apenas 1. Ao final de um ano, o camisa 10 da seleção brasileira joga suas 50 partidas. E nós continuamos a aplaudir bola na trave.

Um dos grandes fatores motivacionais para o profissional é o investimento em autodesenvolvimento. Por dois motivos: o primeiro é sentir que a organização confia nele e que o apóia; segundo porque o ser humano precisa da constante evolução, sentir-se melhor do que ontem, para alcançar seus objetivos. Cerca de 80% dos funcionários nunca participaram de um treinamento, segundo a pesquisa apresentada por ADMINISTADORES.

É nesse momento que aparece o limiar entre o que interessante para empresa e quais são os objetivos da pessoa. Na visão da empresa seria interessante que os colaboradores se preparassem nas áreas afins, de preferência sem repassar o custo para a organização.

Por outro lado temos o profissional, que age dentro dos três perfis:
  • Deixa a carreira na mão da organização, exclusivamente;
  • Acomoda-se, e aceita o que vier. Quando vem;
  • Planeja a carreira e toma a dianteira quando o assunto é desenvolvimento pessoal.
Pessoalmente acredito que a terceira alternativa é a mais adequada e saudável para sua carreira. Digo mais - Nunca terceirize a responsabilidade pelo seu futuro. Só você sabe aonde quer chegar. Não espere que caia nas mãos o treinamento que você tanto almeja. 
Assim como você pode estar aberto às novas oportunidades,  pode não mais fazer parte dos planos da empresa. Prepare-se. Corra para alcançar executar seus planos.

Uma opinião. Qual é a sua?


Abraço.

Referência:
ADMINISTRADORES. 80% dos funcionários nunca passaram por nenhum tipo de treinamento, revela pesquisa. Disponível na internet em: http://administradores.com.br/informe-se/oportunidades/80-dos-funcionarios-nunca-passaram-por-nenhum-tipo-de-treinamento-revela-pesquisa/34994/. Acessado: 2010.


Imagem: Diego de Los Campos: unumeno boristefa: verde06.jpg. Disponível na Internet em: http://deloscampos.multiply.com/photos/album/30/unumeno_boristefa#photo=11.jpg